E, com certo cansaço ainda batia, mas o som de seu bater era abafado, ocultado pela tralha. Batia, como quem também tivesse cérebro e razão, e com insistência ainda bate, cego em esperança.
E foi assim, cego, que cheguei a pensar que fui criado para ser como uma máquina. Liga/desliga, funcionamento, produção! No máximo, um pouco de manutenção. Sentir não parecia algo apropriado para mim.
O pior de tudo, é que esta descoberta vai ser algumas vezes esquecida, e precisará ser redescoberta mais na frente, como se fosse novidade mais uma vez. Já não sei dizer se essa é a primeira vez que escuto em meio aos escombros este ser batente.
O que importa, é a descoberta! E eu não sei quanto tempo este achado estará em minha memória, eu preciso convencer essa lata de carne e osso, que no meio de todo o entulho eu achei um coração! Como um tesouro achado em mim mesmo, me convidando a sentir o calor do bater, e a pulsar, caminhar, respirar junto com ele!
Sentir, essa é a minha mais nova descoberta!
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