Parto um coração
Saudade, gestante em parto.
Na chegada, braços abertos
Sorrisos cansados e vivos.
Mãos que se enchem de mim
Mas não têm a mim por inteiro.
E não é que eu mê o direito
De deixar de me dar por reservas...
Acontece que, querendo ou não
Há o outro lado da moeda.
Eu, quando vou, também fico
E, ficando, estou em lembranças
E as esperas de sorrisos amigos
Guardam o eu que não foi nas andanças
E assim, mesmo assim sem ser dois
Me encontro na ida e na volta
Sem revolta de achar que o que foi
Não é o que ficou onde mora.
O que mais me alegra e anima
É saber que estou aqui, no agora
Amanhã no retorno a mim mesmo
Encontrarei bem cuidado e com zelo
Ao eu que fiquei neste aguardo.
"Eu, quando vou, também fico" - todos nós, quando vamos, ficamos também, de uma forma ou de outra, numa ou noutra lembrança. É uma verdade paradoxal, mas universal, e que me lembra muito Saint-Exupéry: "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." Vai ver foi nele que você se inspirou ;-)
ResponderExcluirLindo!
Jacarandá já. Quando eu mandar...
ResponderExcluirVem. E se não vem, vai. Tá tudo bem.
Um pé de planta nordestina
cheio de calor e água
mas não vapor.
não evaporou com a seca.
pois fica firme, preso ao solo.
pela raiz?
pela ponta do nariz talvez.
E eu vejo isso pelo clarão do olho meu
nos olhos teus
na escuridão.
=*****
Imagina o filho de Nettinho com Juh... É um projeto de Camões com Cora Coralina! kkkkkkk
ResponderExcluirDetonou boy! ;D
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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